14/02/2003

EQUILIBRIO, DELICADO, OBVIO

Uma verdade, um medo, uma constataçao. Enganar a mim mesmo nao tem sido facil, e muita energia tem sido desperdiçada nesses processos. Me manter ocupado, tentar nao lembrar, nao falar a respeito, rir do nada, cozinhar, ir na facul...Mas là dentro, e nem tao no fundo, continua meu inimigo, que està me matando, tirando pedaços da minha realidade. Là dentro tem o monstrinho, aquele do àrmario, de debaixo da cama.
Ele mesmo, que agora me obriga a escrever esse texto, que num acordo um tanto quanto cruel pede pra vir a tona, filtrado por minhas maos; jà que em caso contràrio, caso nao escrevesse, tomaria conta de mim, e me faria chorar.
Nao quero mais chorar. Nao quero sofrer.
Fotos tem me machucado, lembranças me machucam, o frio, tudo isso, minhas roupas, as pessoas.
Quero me proteger, quero viver numa bolha!!! O homem da bolha!
Tudo tao lindo, tao dificil, tao sozinho. Mais um dia.
Eu quero ficar contente, quero ter esperanças e achar o Mundo, agora, um lugar legal. Mas esse monstrinho nao deixa, e nao me faz esquecer: a distancia, o voo, a revelaçao, os abraços, as festas, as pessoas e minha casa, meu desepero, paixao, decisao, retorno.
Eu tento resistir e continuar lutando e procurando uma maneira de sorrir? Ou sento, choro e me entrego ao meu inimigo, num desespero quase sem fim, que me consumaria, mas que me limparia por dentro?
Quero ser o homem da bolha!

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